Em sua obra O Mito da Beleza, Naomi Wolf (1991) analisa cinco áreas e sua relação com a beleza feminina: emprego, cultura, religião, sexualidade, distúrbios alimentares e cirurgia plástica. A modelo jovem e esquelética tomou o lugar da feliz dona de casa como parâmetro da feminilidade bem sucedida. Promoveu-se a partir daí uma neurose de massa que recorreu aos alimentos para privar as mulheres de sua sensação de controle. ( WOLF, 1992, p.13 )
Com a segunda grande guerra, as mulheres acabaram assumindo funções que antes eram exclusivamente masculinas, e consequentemente passaram a receber melhores remunerações. No período pós-guerra elas então se recusam a voltar a exercer exclusivamente os antigos papéis de mãe e esposa, e isso as torna uma ameaça para a hegemonia masculina.
A mídia, exercendo seu forte papel persuasivo, transforma o estereótipo feminino e a mulher ideal passa daquela cheia de curvas para a esquelética. Surge um novo problema: a questão do emagrecimento. Os anunciantes planejam uma nova maneira de fazer com que as mulheres sintam a necessidade de consumir seus produtos.
A beleza é um sistema monetário semelhante ao padrão ouro. Como qualquer sistema, ele é determinado pela política e, na era moderna no mundo ocidental, consiste no último e melhor conjunto de crenças a manter intacto o domínio masculino. (WOLF, 1992, p.15)
A mídia veicula ainda a imagem da mulher feminista como feia, "assexuada", pouco
atraente. Como citou Naomi Wolf no livro O mito da beleza, as feministas passaram a ser consideradas "espécies híbridas, meio homem, meio mulher, que não pertencem a nenhum dos dois sexos" (WOLF, 1992, p.89).Se analisarmos a fundo as publicidades voltadas para o consumo de cosméticos perceberemos que a maioria delas é direcionada ao público feminino. A publicidade poderia propor conceitos voltados também para o público masculino, mesmo porque atualmente já existem cosméticos exclusivamente para homens, porém, o discurso publicitário nem sempre trabalha o tema da vaidade masculina. Dessa forma, a idealização do corpo feminino é cada vez mais reproduzida, e a mulher torna-se, ainda hoje, vítima dessa imagem, sofrendo novamente com distúrbios psíquicos e físicos já presentes nas décadas de 30 e 40.
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